12 de setembro de 2008

mitigando a poluição

se v. vive numa grande cidade, sabe o que é respirar fumaça.
é claro que isso não faz bem a ninguém. e provavelmente agrade a poucos.
de fato, o que mais me incomoda na cidade de são paulo é a poluição. sendo isso pior que a má educação das pessoas ou a violência, ou talvez esteja tudo ligado de alguma forma que não entendemos ainda.

enfim, a poluição não apenas é um problema ambiental, mas de saúde pública também.
isso é fácil de perceber, basta ver o noticiário sobre como lotam os PSs em épocas de umidade relativa do ar baixa, que juntamente com a poluição, deixa a coloração do ar num tom medonho entre o cinza e o marrom. além disso, também podem causar problemas cardíacos. mas é claro que os problemas não são apenas nos casos de picos de poluição, mas também há problemas da exposição crônica à má qualidade do ar que traz outros tipos de problemas de saúde.

através de um simulador de efeitos de florestas urbanas (urban forest effects - ufore), da estação da região nordestina do serviço florestal do departamento de agricultura dos eua, pesquisadores avaliaram os efeitos sinérgicos na mitigação da poluição pela manipulação de quantidades de árvores, arbustos, telhados verdes e muros verdes, na cidade de toronto, no canadá.

plantas podem retirar poluentes das seguintes maneiras: i) pela absorção, através dos estômatos, de gases, que em reação com a água, formam ácidos e outras substâncias químicas vitais ao funcionamento da planta, ii) agregação de partículas trazidas pelo vento que se aderem a partes mais "pegajosas". algumas dessas partículas são absorvidas pela planta enquanto outras utilizam a planta apenas como sítios temporários até serem levadas pelo vento ou serem lavadas pela chuva.

em toronto, onde a estudo foi realizado, estima-se que 1000 mortes prematuras e 5500 hospitalizações ocorram todo ano decorrente de cinco poluentes relacionados ao smog, sendo um dos principais o ozônio ao nível do solo.

as vegetações urbanas trazem diversos benefícios, e claro que o econômico também dá as caras. só pra se ter uma idéia, estima-se que numa cidade como los angeles, a vegetação evita um custo de 1 milhão de doletas por dia só com a ciclagem de compostos de nitrogênio!

estima-se também que 2000m² de grama não cortada num telhado retêm, nas folhas e caules, cerca de 4000 kg de partículas. estudos alemães sugerem que 1m² de grama não cortada cria oxigênio suficiente para uma pessoa respirar durante um ano.

a arborização é a melhor forma de conter a poluição, mas no ambiente urbano nem sempre é o que vemos.
é claro que o ideal seria todos termos telhados como o prédio do banespinha (foto ao lado), onde atualmente se encontra a prefeitura de são paulo, apresentando cerca de 400 espécies e é aberta ao público (apesar de nunca ter ido lá). mas, infelizmente, ainda estamos longe deste tipo de vegetação se tornar algum tipo de política pública, e se há, desconheço (se alguém souber me avise por favor).

telhados verdes podem melhorar consideravelmente a qualidade do ar e consequentemente a saúde das pessoas; é claro que a arborização é desejável, mas gramas e arbustos plantados no telhado têm efeitos consideráveis nessa melhoria.
plantas perenes são as melhores escolhas pois apresentam folhagem o ano todo, tendo maior sequestro de gases.

jardins são bacanas, e não é assunto apenas pra paisagistas ou hippies, num mundo cada vez mais interdisciplinar deve haver preocupações com qualidade de vida e todas as balelas que estamos cansados de ouvir.

sugiro consultarem as imagens do google pela entrada do termo 'green roofs'. há coisas fantásticas. ou clica aqui que dá na mesma.

fontes consultadas:
- estimates of air pollution mitigation with green plants and green roofs using the UFORE model, beth anne currie & brad bass, urban ecosystem (2008)

- site da cetesb


uptdated

outro dia estava passando diante do banespinha e perguntei como fazia pra acessar o jardim. anovidade foi que desde que a prefeitura mudou pra lá, o jardim é fechado, pois o heliponto é utilizado pelo prefeito. é irônico perceber que quando pertencia a um banco, o jardim tinha acesso público, e agora que é um prédio público, só algumas poucas pessoas podem utilizá-la

Nenhum comentário: