16 de agosto de 2016

Precisamos falar sobre alimentos adequados para o consumo


Sim, ainda é muito pouca a informação difundida na sociedade a respeito de alimentos saudaveis e adequados para o consumo.

Somos o país que mais consome agrotóxicos (7,2L per capita anuais), incluindo mais de uma dezena de compostos venenosos já banidos em outros lugares do mundo.

Enquanto esses alimentos forem focados num nicho de mercado é isso que continuará sendo.
Precisamos subsidiar a produção sem veneno ao invés dos próprios venenos, precisamos mostrar outras possibilidades de adquirir alimentos como Grupos de Consumo Responsável ou as Comunidades de Suporte a Agricultura, precisamos valorizar a atividade agrícola e fixar as gerações mais novas no campo, não apenas deixando-os às margens da sociedade.

Precisamos ressignificar o alimento para muito além de mera mercadoria. Há muito mais dimensões no alimento do que o econômico. Mais do que sonha nossa vã filosofia, motivo pelo qual necessitamos valorizar muito os conhecimentos tradicionais regenerativos milenares em detrimento de um conhecimento tecnicista de poucas décadas cheio de externalidades negativas.
Precisamos massificar o consumo de alimentos agroecológicos, livres de agrotóxicos e de engenharia genética.

Precisamos valorizar a agrobiodiversidade e a cultura alimentar e agrícola de verdade.
Precisamos valorizar cadeias curtas e diretas, a sazonalidade e a biodiversidade local.
Vivemos no país mais megadiverso do mundo e chega a ser patética que nossa alimentação seja eurocentrada, baseada em culturas agrícolas de clima temperado.
Mas ainda assim sou otimista, não porque o cenário esteja favorável, muito pelo contrário, mas por entender que apesar desse modelo destrutivo estar crescendo, ele está cada vez mais próximo de seu fim que, como um câncer, tentará comprometer cada vez mais recursos e a velocidades cada vez maiores.

Então, inevitavelmente, muita desgraça está por vir (corporações minando a governança de Estados, aumento de desigualdades, genocídios e ecocídios e perda dos saberes diversos relacionados, dentre tantas outras desgraças), numa escala nunca antes vista e talvez nunca imaginada.
Por outro lado os modelos que prezam pela regeneração do sistema já estão em curso e ganhando cada vez mais espaço.

Parafraseando Bill Molison, se quisermos destroçar esse sistema, nao podemos depender dele para garantir nossa comida e abrigo, se uns 10% de nós focarmos nessas coisas, tamo garantido.

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