Neste contexto um observatório independente sobre o agronegócio se faz mais do que necessário, trazendo fatos de forma isenta e denunciando as investidas desse setor contra os bens e interesses comuns da população, que as vezes acontece de forma escancarada como nos ataques de milícias de latifundiários contra povos indígenas mas muitas vezes ocorre de forma velada a exemplo das articulações do poder legislativo com Projetos de Lei, Emendas, e outras manobras a fim de desregulamentar todo o cenário ambiental e agrário, sem falar no desmonte do Estado e de diversas políticas que estamos testemunhando nos últimos meses.
A grande imprensa não dá conta de informar suficientemente sobre alimentação pois há um claro conflito de interesses.
Falta muita informação sobre:
- agrotóxicos, seus danos e os interesses econômicos e políticos por trás.
- riscos e ameaças dos organismos geneticamente modificados (principalmente transgênicos),
- condições injustas de trabalho na cadeia produtiva, de distribuição e de comercialização.
- a importância da agricultura familiar para o abastecimento da população brasileira,
- a necessidade de promover a soberania alimentar,
- a urgência de se valorizar o bem-estar animal,
- a situação de povos originários e tradicionais,
- a perda cultural sobre biodiversidade alimentar,
- a agroecologia como alternativa real ao sistema estabelecido,
- como consumidores podm criar e alterar demandas de mercado.
E quando estes meios de comunicação mostram algo, expõem apenas um fragmento descontextualizado a fim de maquiar informações e justificar suas ações.
É impossível dissociar o alimento do contexto social, econômico, ambiental ou político.
Todo brasileiro tem, segundo a constituição federal, direito à sadia qualidade de vida, donde se deriva o direito à alimentação. É necessário fomentar amplamente a discussão e acesso a alimentação adequada para todos e a informação é uma das principais ferramentas para garantirmos tal acesso.
No entanto temos uma agricultura que correspondem a interesses econômico de poucos. Exemplo disso são algumas estatísticas infelizes sobre o Brasil como o maior consumidor de agrotóxicos, o segundo maior produtor de transgênicos, o país em que mais matam defensores do meio ambiente (quase sempre relacionado a avanço de fronteiras agropecuárias).
O modelo produtivo imposto foi herdado da segunda guerra mundial, que se pauta no uso massivo de agrotóxicos, fertilizantes e mecanização intensiva do campo (a partir da década de 1950 no mundo e 1960 e 1970 no Brasil), desde então a produção de poucos tipos de alimentos aumentou enormemente e extinguiu 75% da biodiversidade alimentar, gerando muitas outras externalidades negativas, como a intensificação dos conflitos no campo, que geralmente não são lembrados e muito menos computados.
Apoio o De Olho Nos Ruralistas porque precisamos de informações consistentes e de qualidade para entender quem são e quais são os interesses reais dos ruralistas e por outro lado para que todos possam, a partir de suas escolhas de consumo, fomentar um outro modelo de produção.
Comer é um ato político por excelência.
Colabore e divulgue: http://bit.ly/1sCYNBQ
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