11 de novembro de 2008

marcas, rastros e criatividade sem fim

qualquer animal deixa um rastro onde quer que ele vá.
o homem não é diferente, mas ele faz por motivos diferentes.

vou falar de arte, mais uma vez.
a arte, atualmente, não tem muito valor biológico.

a princípio tudo que existe tem um valor biológico pra sua existência, uma função biológica. mas certas coisas podem ultrapassar essa função e adquirir outra função.
no caso da arte, acho que atingiu um patamar simplesmente lúdico, sendo possivelmente sexy pra um público bem restrito. mas no nível específico não tem muita função.

os rastros que deixamos podem ser involuntários ou voluntários.
no caso do homem, rastros involuntários são sempre utilizados pela perícia para descobrir o autor de um crime por exemplo. outros animais deixam rastros como pegadas, pêlos, penas ou mesmo excreções por onde passam, sendo muito importante no reconhecimento de espécies que possam habitar determinado ecossistema.

marcas voluntárias são geralmente visuais.
me vem mente apenas o caso de marcações territoriais, mas não necessariamente se restringe a esse caso. grandes felinos deixam marcas bem grandes em troncos de árvores demarcando uma marca visual e permanente.
talvez a arte gráfica do homem seja também pra determinar quem (pessoas ou grupos) frequenta um determinado local, e nesse sentido a arte gráfica mais genuína seria a arte de espaços públicos, conhecida como arte de rua.

estou dizendo tudo isso pra dizer de uma nova modalidade dessa arte, o urban knitting (algo como tricô urbano), no qual as pessoas tricotam, fazendo capas pra tudo quanto é objeto no meio urbano, desde árvores até placas. é como um grafite inócuo.

mais uma vez o homem se reinventa, mostrando que a criatividade não tem fim.

adoro ser(verbo) humano.

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